Natação e travessuras na Argentina e Chile


O desafio desta vez era fazer uma travessia de natação em um lago andino na cidade de Villa Angostura - Argentina e no mesmo dia atravessar os Andes, a fronteira com o Chile e nadar à noite em um rio na cidade de Valdívia no Chile. Ia ser bem mais desafiador e complicado do que imaginávamos.

Primeiro dia - Saímos de Florianópolis para São Paulo e de lá para Santiago e em seguida para Puerto Montt no sul do Chile.
Tudo ocorreu muito bem com a viagem.
Em Puerto Montt comemos nossas primeiras empanadas, o delicioso pastel chileno que apareceria diversas vezes na dieta. Ficamos hospedados num hotel muito simpático e bem localizado o Seminário. Dali se podia visualizar boa parte da cidade.

Segundo dia - Levantamos cedo e partimos para um tour pela região. Fomos conhecer Puerto Varas, uma cidade de colonização alemã muito bonita e simpática à beira do belo e imenso lago Lhanquihue. Também fomos ver os saltos do rio Petrohue formado por água de degelo.

Depois almoçamos em um belo restaurante à beira do lago.

Á tarde subimos no vulcão Osorno. Lindo com seu cume congelado devido a altitude de 2652 m.


À noite saímos para comer um prato típico dos bares da região, uma Pichanga. Feito com muitas "papas" fritas e pedacinhos de carne, ovos, pepinos e outros vegetais. Estava ótimo.
 


Terceiro dia - Dormimos até acordar pois o dia estava livre para fazer o que quiséssemos. Depois do café com os deliciosos "huevos revueltos" do hotel, saímos para passear pela cidade. Primeiro na avenida costanera e depois uma passadinha no shopping da cidade para conhecer e aproveitamos para almoçar por lá.

Depois do almoço fomos conhecer o mercado Angelmo. Vale a visita. Tem uma arquitetura muito curiosa. Mas ele está precisando de uma restauração urgente.









No final da tarde o programa foi uma corrida pela costanera. Foi ótimo.
À noite fomos jantar em um dos bares da cidade que tem futebol ao vivo. Estava tendo jogo do Colo Colo e estava lotado. Foi divertido ver o jogo sem nenhum envolvimento. Depois fomos caminhando para o hotel pois era perto e a cidade é muito calma e parece ser bem segura também.

Quarto dia - Acordamos bem cedinho pois era o dia em que iríamos fazer o Cruce Andino. Uma travessia turística dos Andes. A primeira parte foi de ônibus, depois de barco pelo lago Todos os Santos. Nesta parte tivemos o privilégio de ver o Vulcão Osorno com toda a sua imponência em um dia de Sol sem nuvens. Muito lindo e ameaçador também.



 Depois da navegação pegamos outro ônibus, um 4 x 4 todo preparado para a sinuosa estradinha que nos levou do Chile até a Argentina com aduana, imigração e todos os procedimentos de fronteira. Mais uma navegação, mais um lago e enfim chegamos em Bariloche na Argentina. Nosso transfer estava nos esperando para nos levar até Villa Angostura, uma cidadezinha vizinha. Nesta cidade nós não tínhamos conseguido fazer uma reserva de hospedagem.  Então isso era uma incógnita.  Por sorte o motorista do taxo que nos guiou na entrada da cidade disse que sua mãe tinha uma cabana que alugava por dia e que comportaria 6 de nós. Era a conta certa, pois dois resolveram ficar com outros atletas em um alojamento da prova.

Depois de alojados saímos atrás de alguma coisa para comer e para o café da manhã.
No fim deu tudo certo. Fomos dormir tarde, mas pelo menos não ficamos no banco da praça.

Quinto dia  - Afinal, dia de nadar nas aguas fria do Lago Espejo que significa Espelho. O nome é bem apropriado. Chegamos bem cedo no local e a visão era linda. Entre as montanhas estava lá um lindo lago com uma praia de areia negra.





Primeiro teve a natação das crianças e depois foi nossa vez. Quando comecei a nadar senti o impacto da agua fria que sempre me dificulta respirar. Quase voltei para a margem. Mas me concentrei e consegui controlar a respiração. Então fiz uma boa prova. Depois que acabou foi muito bom. Os organizadores da prova ofereceram um "churrasco". Uma feijoada feita com lentilhas e pedaços de carne de porco e linguiça defumados. Delicioso mesmo dentro de um copo com uma colher de plástico.
Nós tínhamos que sair correndo pois tínhamos que sair da Argentina e entrar no Chile outra vez. E passar por fronteiras é sempre demorado e imprevisível. Então depois de uma premiação rápida, pegamos os taxis argentinos que nos esperavam para nos levar até a fronteira com o Chile. Havia uma enorme fila de carros então saltamos dos carros e fomos caminhando o último quilômetro, o que surpreendeu quem nos via passar com nossas bagagens.
Nosso motorista chileno para Valdivia estava lá nos esperando, o que foi uma surpresa pois estávamos duas horas atrasados.
Depois de mais duas horas de viagem chegamos à Região dos Rios, aonde fica Valdívia e aonde nadaríamos á noite no rio Calle Calle.
Para variar, correndo para o local do credenciamento e concentração.
Ali também era o local da chegada. Fiquei surpreso em ver bem ali na chegada dois enormes leões marinhos mostrando as enormes presas. Fiquei preocupado. Mas parecia que ninguém estava preocupado com eles. Então tentei esquecer. Mas eles me acompanhariam em pensamento por cada um dos 2000 m de escuridão. No outro dia eu saberia que na verdade existem dezenas deles por lá.






Conseguimos todos completar a travessia. Depois fizemos uma festa na entrega das medalhas.

Estávamos famintos e fomos jantar as 2 h da manhã. O dia foi muito longo! Uma parte ficou na casa da Dona Judith, simpática mãe do Alex, um dos organizadores do evento. Eu e a Vitória fomos para uma cabana próxima da casa. Dormimos muito bem com o frio noturno de 7 graus do verão chileno.

Sexto dia - Um dia livre para passear sem compromissos com horários. Foi nos buscar o Sr. Carlos Sanchez com sua confortável van. No centro da cidade fomos à uma feira de peixes, frutas e verduras. Resolvemos comprar os moluscos mais estranhos para experimentar à noite.



Depois fomos em uma festa comunitária aonde estavam servindo muitos pratos regionais. Tivemos um pequeno problema pois era domingo e não tínhamos mais quase nada de pesos chilenos. Então o almoço foi diet. A esperança eram os mariscos que estavam nos esperando à noite.
Terminado o dia fomos para a casa da D. Judith e o Sr. Carlos, nosso motorista da van e ciclista por lazer, preparou um delicioso ceviche. O Valdinei se encarregou do cozido com os mariscos. Fizemos um jogo depois de jantar e eu tive que lavar as louças.

Sétimo dia - Mais um dia para ficar à vontade perambulando pela cidade. Então depois do café da manhã, que eu fui buscar no supermercado próximo, com pãezinhos frescos e manteiga chilena, saímos para p centro da cidade.  Correndo para uma casa de câmbio pois não queríamos ficar "sin plata”. Depois de uma volta pelo centro da cidade inclusive a plaza e a catedral fomos para o mercado aonde existem todo tipo de lojinhas de artesanato e "recuerdos" da cidade pois precisávamos comprar o presente do amigo oculto.  Missão cumprida. 



 
 Saímos do mercado e fomos procurar um restaurante para almoçar. O macete para isso é sair dos locais turísticos. Eu sempre tento encontrar o lugar aonde os habitantes locais comem. Achamos um restaurante com um prato do dia com entrada, prato principal, suco e sobremesa que nos pareceu razoável por 5 dólares por pessoa. Comer no Chile não é barato. Qualquer refeição simples passa dos 20 dólares.
Depois voltamos para casa em um dos táxis compartilhados que no Chile são comuns.  Eles funcionam como uma lotação. Vão parando e pagando novos passageiros enquanto houver espaço. Gostei. O preço é justo é bom e rápido.
Á noite fomos gentilmente convidados para ir na casa de um anfitrião chileno que iria fazer uma comida típica da região de Chiloé. O Curanto en el Hoyo. Então chegamos lá a tempo de acompanhar todo o ritual de preparação. Um buraco no chão, pedras,  fogo por cima, retirar as brasas e colocar os mariscos, o frango, o porco e as linguiças. Cobrir tudo com folhas e terra e deixar cozinhar 90 min. Delicioso.











Oitavo dia - A volta. Levantamos e fomos ao supermercado para comprar as duas coisas que mais gostamos no Chile. Os vinhos e um chocolate com amêndoas que para nós não há igual no mundo todo. Depois fomos almoçar com a dona Judith que nos brindou com um "exquisito pollo con papas" (delicioso frango com batatas). Então, tristes por deixar os novos amigos, mas contentes por voltar para nossas casas e entes queridos, partimos. Seriam quase 24 horas até a nossa casa.
 
 


 

 
 




 

 

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